segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ampliando os sentidos

Em 03 de janeiro deste ano resolvi tirar esta foto ao lado. Estava me preparando para ir ao trabalho e queria registrar simbolicamente os meus primeiros passos de 2011. O cenário é a escada de meu apartamento em Aracaju. Na época tive a idéia de postar esta foto no meu antigo blog, com a seguinte legenda: "Prestes a dar os primeiros passos de 2011. E a incerteza me espera ali logo a frente... turva, escura. Espero retornar ileso".

Recentemente revisitei meu antigo blog e me arrepiei ao me deparar com esta imagem e frase. Corri para mostrar a minha mãe e minha irmã, e elas também ficaram impressionadas. É como se tivesse sido uma previsão. E pensando bem, não sei porque naquele momento escrevi aquilo. Normalmente, após a virada do ano, as pessoas esperam para si mesmas coisas boas... saúde, paz, amor. Enquanto eu previ o medo. E não sou uma pessoa pessimista. Sinceramente, para mim não tem outra explicação. Interpreto isto como um aviso. Alguns chamam de intuição, pressentimento ou voz do inconsciente... eu particularmente assimilo isto como um alerta do meu guia espiritual.

Na verdade, ele tentou me alertar diversas vezes sobre o que me aconteceria. Durante os 06 meses que antecederam meu acidente, eu vinha tendo sonhos estranhos. Não foram muitos, por volta de uns oito sonhos. Em todos eles de alguma forma eu perdia a visão. Me acordava assustado e tentava esquecer. Quando estava acordado, durante o dia, às vezes certas idéias invadiam meu pensamento, e eu sentia que aqueles pensamentos não eram meus, com coisas do tipo: o que você faria se perdesse a visão? Não entendia o porque daquilo. Não costumo pensar em tragédias. Então decidi abstrair tudo aquilo e seguir. E foi isto que fiz, negligenciei os avisos. Não dei ouvidos a tantos sinais... os sonhos, os pensamentos, a foto, a frase.

Hoje, no mínimo é bastante curioso pensar nisso tudo. Pensar como não damos ouvidos a determinados sinais que não sabemos explicar. Algo forte que surge dentro da gente, mas ignoramos. Não quero dizer aqui que eu poderia ter evitado, caso escutasse essa voz interior. Até porque era pra acontecer. Mas o que compreendo é que, caso eu desse ouvidos, eu poderia ter me preparado melhor para saber lidar com este conflito. O sofrimento inicial poderia ter sido menor se eu não considerasse inconcebível algo deste tipo acontecer comigo. Como eu disse no texto anterior, nos consideramos inabaláveis, e quando somos apresentados violentamente as nossas fragilidades, ficamos chocados e até revoltados. E porque isto? Porque descobrimos que não somos de aço? Aceitar com humildade o fato de sermos apenas humanos, pode aliviar dores emocionais. Precisamos reconhecer que sozinhos não sabemos o que é melhor pra nós, e a partir daí nos abrirmos para as possibilidades de ajuda daqueles que nos querem bem... sejam eles pertencentes a este mundo ou não.

Um comentário:

  1. Oi irmão! Primeira vez que visito seu site novo e estou muito contente pelo o que li... mesmo com as adversidades, vc está SEMPRE vencendo! Isso é inspirador! Eu sinto orgulho de vc! Que seus passos sejam sempre iluminados! Abraços e nunca esqueça que vc tem um irmão aqui que te ama muito!

    OBS: Gostaria muito ter essa fotografia... tb fiquei arrepiado ao vê-la! Manda pra mim!

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